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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Vidas de Michael Jackson e John Lennon ganham versão em quadrinhos


A eterna amizade entre acordes musicais e rabiscos das histórias em quadrinhos parece ainda mais intensa entre os artistas argentinos. Chegam ao Brasil, pelo selo Vergara & Riba Editoras, as graphic novels John Lennon: um tiro na porta de casa, de Pablo Maiztegui, o Pol; e Michael Jackson: um thriller em preto e branco, escrita por Diego Agrimbau e desenhada por Horacio Lalia. Nas histórias, que tomam liberdades visuais a partir de acontecimentos reais, vida e obra de John e Michael são narradas com agilidade — já que o espaço é curto e exige poder de síntese — e traços respeitosos com os biografados.

No trabalho de Pol, quadrinista formado em cinema e que atuou como fotógrafo, a trajetória de John é cronologicamente recortada entre cenas do início da carreira e os últimos momentos, em projeto solo, ao lado de Yoko Ono, até ser morto por um fã, na frente do apartamento onde morava, em 8 de dezembro de 1980. Sem apelar para o melodrama fácil, Pol alcança seus melhores quadros justamente quando emoldura o John ativista, defensor da liberdade, da paz e do amor.


O excesso de flashbacks, que retornam tanto à adolescência quanto à época dos Beatles, expõe uma certa fragilidade do roteiro, infestado de citações de frases e canções. De qualquer maneira, o visual de Pol, que trabalhou com Francisco Solano López (de El eternauta), morto em agosto deste ano, é atraente e serve como uma bonita e sóbria dramatização de um dos personagens culturais mais importantes do século 20.
Terno menino
Com apoio de um roteiro mais ousado, redigido por Agrimbau, o experiente Horacio Lalia ilustra uma fantasia sobre a fama baseada em Michael Jackson. Logo na primeira página, o ídolo, depois de morto, começa a ver um filme sobre a própria vida. Ele está sozinho, num plano espiritual, mas não sabe disso. Ao se ver desnudado na tela, seus talentos e polêmicas expostos, como se ele estivesse diante de uma história que não é a dele, Michael parece entender quem realmente foi: da fama precoce com o The Jackson 5 aos ensaios da última turnê, This is it, um eterno menino, que conquistou milhões de fãs com seus timbres agudos e passos de dança desconcertantes.

As linhas de Lalia têm contornos distorcidos e flagram o cantor norte-americano quase sempre sozinho no quadro. Sufocado pelas multidões de fãs, jornalistas e fotógrafos, Michael queria um tempo só para ele. Acabou criando um mundo para si, do qual seus dilemas raciais e sexuais e a rotina pesada de medicações e compromissos profissionais não faziam parte. Lalia, que adaptou histórias de Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft, não tem dificuldades em verter a fábula verídica de Michael para os quadrinhos.

fonte: http://www.revistahistory.xpg.com.br/

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